segunda-feira, 27 de junho de 2011

Fanho

Ouço uma música.
Me distraio na letra
E de repente, por um segundo
É como se eu não coubesse em mim
Inutilmente, desejo ser a musica que aquela voz fanha parece amar tanto
Ser cantada por ele
Não me admiro daquelas musicas serem vaidosas
Já que são lindas e cantadas docemente por ele
Atravessam seus dentes nada convencionais
Quem dera eu pudesse ser pelo menos uma nota
Aquela contida na ode sobre lindos olhos verdes
É a minha favorita: Sol maior.

sábado, 25 de junho de 2011

Hiato

  Houve um tempo em que eu poderia fazer cinema. Era assustadora a quantidade de personagens e scripts que eu criava sem querer. E todas as pessoas,cada uma com sua personalidade, saíam de mim. E era preciso tão pouco. Bastava uma pedrinha no quintal ou o movimento que uma árvore fazia ao vento. Estavam todos ali. Dentro e fora de mim, de algum jeito. Eu sabia tudo que diriam, como diriam e o motivo. Eu já fui perita em criar histórias. Até boas. Eram como livros ilustrados na minha mente. Sempre ali, me acompanhando. Havia muito de mim em todas as minhas pessoinhas. Criaturas. Imagem e semelhança, humanos.
  Mas confesso que depois de você, todos morreram. Não consigo mais penetrar em meu próprio imaginário. Tento colocá-lo em alguma história. Não consigo. Tento fazer com que decore meus scripts, mas você é imprevisível. E sendo imprevisível, me cativa. Seu jeito não habita minha mente. E por não habitar, me encanta. Me faz preferir o real, me faz preferir aquilo que não escrevo e não controlo: A vida - Ela me parece melhor agora, sim. "Sim" sempre soa tão bem!
  Não quer dizer que eu tenha deixado meu mundo das ideias para trás. Você o habita. Mas te prefiro aqui, vivendo por si. E te preferir vivo é tão bonito pra mim, uma egoísta frustrada. E jaulas mentais não cairiam bem em você.
  E o melhor de tudo é saber que mesmo livre, não fugirá.
  E eu que pensei que encontraria inspiração em você. Se bem que...Se olhar para cima, você diria que eu encontrei. Sim.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sol e Netuno

- Eu te amo
- Por que?
- Hum?
- Me ama por quê?
- Ora, não me chateie com suas perguntas.
- Mas precisa haver um motivo.
- Mas eu não sei qual é. Não me apavore!
- Não pretendia.
- Tudo bem.
- E então, por que?
- Não vai desistir, não é?
- Não pretendo.
- Vejamos... Te amo porque também me ama.
- Tudo bem. Serve.
- Então me ama mesmo?
- Sim. Amo.
- E por que?
- Porque não há outro como você. É único no mundo.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Satélite

Esfera minguante de sorriso brilhante
Que vive viajando por toda a Terra
Pare de sorrir inutilmente e me diga
Onde nesse mundo está minha felicidade ambulante
Mas de tão sarcástica que é por me encarar todas as noites
Tenho certeza de que só responderia algo como:
Use um atlas
E voltando a sorrir para os outros
Deixaria no ar essa charada escura como uma noite sem ela: Lua.

Susto

Simplesmente não suporto
Quando aquela voz de dentro
Me pega distraída e grita:
Isso poderia dar certo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Doçuras de Fevereiro

E em Fevereiro era tudo diferente
Eu tinha um olhar diferente
Eu capturava com uma sutileza
E agia com uma delicadeza
Eu era meio Lewis.
Eu fotografava Lewis, sentia Lewis, lia Lewis.
Eu tinha tanto desse nosso Jack em cada passo.
Mas as xícaras de chá e os livros começaram a crescer demais.
Tive medo que Fevereiro não acabasse.
E agora, sinto falta de devorar Lewis em todos os seus tamanhos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Alívio

   Depois de um banho quente e vestir um pijama nem tão quente assim, vou dormir.
   Quase me esquecendo de que esse dia começou de maneira tão trágica e desesperada. Mas eu já devia saber que o Sol não sairia do céu sem que tudo se acertasse. Acho que são assim, os problemas. Eles não decidem seu desfecho baseando-se em nosso grau de preocupação. Problemas são testes de paciência e auto-controle. Mas mesmo sabendo disso sismamos em nos preocupar. Somos tão falhos. Confessando isso, deixo meu Boa Noite.
   E tenho certeza de que amanhã será um lindo dia, cheio de problemas que se resolverão antes das cinco, mas lindo.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Engano

  Ri de mim mesma outro dia. Não precisa saber por que, mas só de pensar que eu errei... Difícil admitir um erro. Mas esse não tem escapatória.
  Confessei. Disfarcei.
  Agora, começar de novo, é claro. Mesmo meio decepcionada e sem energia.

sábado, 11 de junho de 2011

Monstro

"Que bom que nunca teve medo de mim" - pensei enquanto me recordava de outras situações. - "Nunca tive medo de nós também. Tem me parecido uma boa ideia, agora."

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Temporal

  E só os faróis mostram como as gotas de chuva dançam bem. Dançam ao som do capim se deitando. As árvores deitam-se também, em um tom mais agudo, mas essas não se ergueriam novamente.
  Nos meus olhos, mais cascalho que água. Os postes do bairro apresentavam uma luz embaçada. Poeira. Sim, trabalho do vento. E que vento! Nunca ventou assim.
  Mas agora, as nuvens afastaram a Lua de mim essa noite. A minha Lua.
  E você nunca diz o que sente. É que nem essa tempestade: Cheio de coisas bonitas, mas sem trovões.

sábado, 4 de junho de 2011

Devagações

  Página difícil de virar, você é. Me faz até duvidar da minha capacidade de superação.
Logo eu que aparentemente superei coisas dificílimas. Mas a pergunta é: Quero virar essa página? ou Preciso virar essa página? Não e não.
  E pensar que eu estava mirando no alvo certo de maneira errada.
  Será que eu ainda consigo reconhecer uma situação de perigo? Se bem que se tratando de você, qualquer coisa é perigosa. Não, se for olhar pelas suas convicções, mas sabe do meu medo de perder o que amo.
  Tem outra coisa que eu gostaria que soubesse também, mas..., não. Ainda não. Está ótimo assim.

Pequena

Já que era pra me dar tristeza, que fosse aquela tristeza interessante que valia a pena. Porque essa me deixa sonolenta. Essa é pouco. É pequena.

Elo

E nesse grande Universo
Cheio de motivos errados
Cheio de falsas coincidências
Cheio de segredos nos túmulos
Cheio de papo furado
Fui encontar nesse seu jeito tão belo
O Azul do meu Amarelo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Doce morte de Pauline Baynes

A escrivaninha estaria cheia de tubos de guache pela metade
e fileiras de canetas e pincéis desgastados.
Música de Handel tocava ao fundo
e os cães de Pauline estariam deitados em seus pés.