sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Enfim

Me encontrava descendo a mesma rua
Encontro em mim alguma frase sua
Me traz tão forte alegria
Me faz fazer poesia
Sobre o que é urbano e feio
Mas mesmo naquele meio
Ainda me faz achar beleza
Tudo isso, sua proeza
Como poderia ser prosa
Essa vontade gostosa
Que faz coçar a orelha
E não há o que se assemelha
Ou que me deixe tão vermelha
Quanto você e seus atos?
Que sejamos mais uma vez gratos
Pois o que fora outrora boato,
Parece ter chegado enfim
Faça o que quiser comigo,
Mas não tire isso de mim.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Carta acidental da tarde na BCG

    Vim à biblioteca para escrever poemas, mas só consegui uma carta pra você. Queria rimar nossas coisas, nossas confusões medonhas, nossos risos e nossas polaridades iguais. (opostos se atraem o caramba!).
     Essa pode ser que eu não te envie. Cheguei com o intuito de fazer algo publicável e é o que vou fazer. Carta é muito pessoal (sem falar que minha letra mutante está uma maravilha, pra não dizer o contrário).
     Por outro lado, se te escrever, seja do jeito que for, não for algo pessoal, então não sei mais o que seria. Afinal, é pra você que conto minhas ideias mais insanas e planos mais utópicos porque só você não riria e até os compartilha (que maluco!). Pra você que proponho parcerias musicais imaginárias (e composições que nunca terminam também). Conto minha revolta com tudo que não seja pragmático para o crescimento e evolução do Ser-humano (mas não te cobro entender essa frase ao todo). Conto meus sonhos; Até os sem sentido, como o do Matthew Broderick. Reclamo do calor, das festas, das crianças, dos vizinhos, dos insetos, de quase todos os professores... Falo desde teorias políticas até a cor que meus olhos ficaram dia desses... Acho que me fiz entender.
     Também não consegui rimar (não desisti ainda, na verdade) essa minha vontade de passar poi aí. É absurda! Não precisa ir se emplumando, pois não é só por sua causa. Essa cidade, apesar de jovem, tem uma carga histórica linda (pelo menos pra mim). E pensar que por toda minha vida tive nojo de Brasília por causa da política e tudo mais... Mas posso ignorar essa parte (ou não... Melhor levar tomates). Você chora querendo vir pra cá, mas não deve saber a sorte que tem.
     Pobres leitores do blog, que não sabem como é ter você como amigo melhor amigo ah, depois crio um nome melhor que essas classificações chulas já criadas.
     Acho que é só isso. Não vou me despedir porque não é carta. Nem tem aquelas coisinhas com data lá em cima, olha.
          Até mais tarde.
P.s.1: Perdão por encher-te com carga literária maior que a de um curso de Direito, mas sei que no fundo você gosta.
P.s.2: Se implorar com jeitinho, te envio esse manuscrito
P.s.3: Que preguiça de ir pra casa! Espero que seu deserto não esteja tão quente quanto meu litoral.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Re-nato

O meu brasileiro favorito está morto
E ainda assim me faz ter um pouco de orgulho deste país
Um lugar que cultivou alguém assim merece minha admiração
E se ele nascesse mesmo de novo
Poderia me ouvir dizer
Que amo "a porra do Brasil"
Mas ele ouve.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Caber

Às vezes não me cabe na cama
Às vezes não me caibo em mim
Às vezes cabe a você dizer
Que não sou grande o bastante
Pro seu amor me caber.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Quase nada

Sei bem de onde tirei essa mania absurda de não gostar mais de nada. Nada mais surpreende, ou se faz especial. Nada é bom o bastante. Nada agrada. Nada é original ou digno de atenção. Nada merece ser analisado ou compreendido. Nada me desperta. Nada me satisfaz.
                Só você.
E por sua vez, você faz tudo parecer um pouco melhor.
Mesmo que que ignorável, medíocre, sujo e desimportante, por algum motivo esse mundo me parece melhor. E já que vive nele, talvez seja.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Tempo

Pingou. Ventou, balançou
Relampeou, o tempo fechou
Trovejou como nunca se escutou
Começou
Molhou
Molhou
Molhou
Você e eu
Choveu
Amor.

sábado, 5 de maio de 2012

Lixo espacial

Alguns sentimentos precisam ser guardados em uma caixa velha, daquelas que você acha que nunca mais vai usar o que tem ali, e joga em cima do armário e bota outras por cima, e deixa lá até empoeirar.
até você esquecer que tem. E vai que um dia você joga fora sem ver e aí...
                                                                                                           Não tem mesmo.

sábado, 28 de abril de 2012

Expecto Patronum

O mais lindo dos cenários possível. Algum lugar ainda não tocado pelo homem. Estávamos deitados na terra, ou areia, ou grama, ou pedra, ou flutuando na água. Havia um silêncio maior que a vida. Não era preciso palavras para que nos entendêssemos. Não falávamos. Só olhávamos. De perto. É essa a lembrança.
Eu nem sei se ela é real.
Mas é a melhor que eu tenho.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Anti-ético

Muito poético
Talvez esquelético
Nada é sintético
Um pouco epilético
Por dentro frenético
Se eu falar mais um pouco
será anti-ético.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Estiagem

Ontem fui dormir com vaga-lumes no teto. Parecia estar deitada sob o céu. Foi bom para me lembrar de como são as estrelas. Está chovendo a tanto tempo que esses luminosos parecem sentir falta de suas amigas que brilham acima das nuvens.