quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Crônica da nostalgia e superstição

   Às vezes me ocorre essa saudade de uma rotina que eu nunca vivi. Não é saudade então essa vontade, mas chega com um gosto de nostalgia que me faz jurar que entendo como é comemorar a chuva e me afirma essa empatia com quem o faz, com quem celebra o raro frio e me faz sorrir.
   E ainda falando de saudade, carrego essa certeza de que cortarei curto o cabelo vez ou outra, pra me lembrar do que aconteceu na primeira vez. Da sorte que eu dei ao te encontrar exato um dia depois do corte. Me ataca algum choro bom quando vasculho essas lembranças.
   A última coisa que eu quero na vida é que te tornes uma lembrança, mas se for o caso, serás a mais linda e viva. A lembrança que tem cor e som. Gosto e cheiro. Luz e sentido. Tato e olhos. Aquela que a gente se obriga a trazer à tona num dia triste, pra ver se fica melhor. Que faz a gente se assustar com o próprio sorriso. Aquela que a gente se pergunta "como acabou virando só lembrança?". Curiosidade essa que nunca quero ter. Antes ter você comigo, fazendo do encontro mais distante o ontem ou o hoje cedo, quando a gente olhava pela janela e comemorava mais uma chuva que veio sem aviso e trouxe tanta serenidade e alegria. Assim como a mais de um ano nos aconteceu ao nos descobrirmos.