terça-feira, 23 de setembro de 2014

Tri

   Sair por aí dizendo que a montanha russa está indo pra cima nunca pareceu tão certo. Não por estar convicta de alguma grande felicidade. Mas quem habita os trilhos sabe como se comporta um vale. Depois de um tempo, você só pode subir.
   E dá um arrepio quando eu olho pra trás, e talvez um susto quando penso que estou cada vez mais longe do último ponto:
   O vale da montanha russa, a velha zona de conforto, onde eu, na covardia do conformismo, cogitei a ideia de ficar pra sempre. Sem altura, sem medo, sem riscos. Mas não foi pelo vale que paguei o brinquedo. Mas pela velocidade dos pensamentos, as subidas de níveis e os loops das situações.
   E talvez eu até dê uma segunda volta passando por aquele lugar sem graça pra pegar impulso. Mas uma vez ciente de três outros trechos ora perigosos, ora empolgantes, acabo torcendo pro tempo acabar antes da descida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário