quinta-feira, 21 de julho de 2011

Folk-se

Gosto do Folk de todas as suas formas. E quando se trata dele, poso sentir aquele aroma confortável. Como quando o perfume está no corpo desde ontem. Cheiro amadeirado e incorporado à essência de cada pessoa. O Folk meio que tem vontade própria. Não é sempre que se pode sentir.
  Personalidade terrosa. O movimento sempre me trouxe sensação de paz. A instrumentalidade cigana é sem compromisso. Livre. Folk traz liberdade e ao mesmo tempo nos prende a ele. Traz também calor. Não o calor ruim e cansativo, mas aquele que a gente pede num dia frio. Deve ser todo aquele marrom. Marrom, vermelho, bege, vinho, roxo. Franja, camurça e flanela ( com o perdão do grunge, primo pobre). Folk nos dá mesmo a vontade de juntar todos seus elementos em um caldeirão e tirar a perfeição de lá.
  Essa veia é capaz de curar qualquer esgotamento. Meu terapeuta se chama Bob. Bob Dylan é mesmo muito bom. A música dele cheira a Macramê e perfume doce no papel. Gaita que chora comigo, ambas sem lágrimas. Bandolim que será jovem para sempre.
  Beirut pode ser perturbador, mas perturba só aquilo que temos de mau. Sei disso pela leveza que sinto após ouvir qualquer coisa deles. Vozes zonzas que limpam.
  Resta ainda a pessoa folk. Alguém bem caramelo. De olhos distantes, como se estivesse sempre compondo na mente, a mais bela das canções. Também parece ter sempre terra no cabelo. Aquela sujeira que a gente quer abraçar. São pessoas tão lindas! De todas as formas.
  Tenha a sorte de conhecer alguém bem folk. Por favor! Saberá ao vê-los. Terá a sensação de ver algo de palha e te transmitirão paz. Aquela paz que citei no início. Aquela paz e aquele calor.
  Pergunte se sabem tricotar, ou se tocam algum instrumento. Pergunte se gostam de pedras, flores secas, ou penas, ou se falam algum idioma esquecido pelo resto.
  Não esqueça de me contar como foi.

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