sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sobre cor e som

  Algo que sempre aconteceu desde que eu me lembre: Imagino as letras do alfabeto acompanhadas de cores. Não porque eu pensei para pintá-las, mas sempre tiveram sua própria cor pra mim.
  Algumas são indefinidas e sempre serão, mas outras, mais legíveis que nunca.
  O "A" é feminino. Sempre o vi rosa. Assim como o "B" é azul escuro. O "C" é de um tom mais claro, meio piscina, enquanto o "D" é praticamente verde oliva.
  O "E" é definitivamente amarelo! A mais nítida das letras. Depois disso, há essa indefinição sobre as letras com as quais não me importo muito. Começa no "F", que não tem cor. (ou que eu não faço questão de colorir).
  Tudo volta a clarear no "M". Ele já foi bordô. Bem escuro. Hoje em dia está vermelhão! Berrando, bonito, emplumado. Passou toda essa vida pra seu visinho, "N", que antes era rosa (não tão rosa quanto o "A". Que fique bem claro!). O "N" hoje é de um vermelho calmo, desbotado do maioral e cintilante "M", que continua todo "leão". (quase o imagino em movimento). O "O" anda meio encardido. Quase pérola, apesar da força.
  O "R" é marrom, claro e forte. Quase tijolo, ou ferrugem. "S" é lilás transparente. Quase não tem som, ora essa! O "T" parece cor de fumaça e o "U" é azul-noite, mais escuro que o "B". E o "V" é muito vinho. Chega a ser fino. O resto volta a se embaralhar. Não penso muito em certas letras.
  E não há mesmo motivo para falar disso, mas acho bonito registrar as cores que sempre me acompanham enquanto escrevo ou falo.
  Prefiro que sejam assim do que monocromaticamente pretas.

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